quarta-feira, 14 de outubro de 2015

The Terrible Twos

Se você gritar é errado. Você deve ser gentil. Ele vai montar em cima de você. Não diga que vai jogar o brinquedo no lixo. Não adianta colocar de castigo. Você deve conversar. Deixa ele chorar. Não deixa ele chorar, ele vai ficar traumatizado. Dá atenção para o mais velho. O bebê precisa mais de você.

Aaaaarrrrggghhhhh! 

Tem horas que eu tenho vontade de gritar! 

Tem muita coisa que eu quero escrever sobre, mas neste momento só um assunto vem na minha mente: terrible twos, o conhecido "terríveis 2"

Aquela fase irritantemente irritante que irrita a todo o tempo que teu filho está irritado quando está tentando irritar o outro é todo mundo acaba irritado na irritação! 

Pois é. Nathan está com 2 anos e  10 meses. E ele está nos terrible twos 7 dias por semana. Outro dia mesmo ele teve 4 momentos de choro e grito, antes das 9.30 da manhã. Não To aqui reclamando não, estou aqui compartilhando a minha frustração com as frustrações dele. 




Então se você está lendo isso é está passando por isso, por favor me diga, o que você faz nesses momentos???

Eu sou uma pessoa estressada, sempre fui! As vezes acabo explodindo e grito com ele, só para em seguida sentar e chorar e acabar pedindo desculpas para ele! Sim, eu peço desculpas para o meu filho. Pelo simples motivo que eu quero que ele me respeite, mas não quero que ele tenha medo de mim.

Eu sei que estou fazendo tudo errado, e o pior, sem que vai ter uma (ou muitas) mãe vai ler isso e pensar, ah eu não faço isso! O que essa louca ta fazendo? Tudo errado! 

E eu sei de tudo isso, e ouvir que estou fazendo errado me irrita e frustra mais ainda. Porque isso não acontece sempre. Acontece uma vez ou outra na semana e o Nathan tem tantrums todos os dias... Pelo menos uma vez por dia, mas no geral acho que contabilizamos uns quatro episódios diários. 

Para ele, tudo está errado, e para mim também!

Nas duas últimas semanas muita coisa aconteceu por aqui, ele ficou meio doentinho (uma gripe chatinha) e junto com isso teve a visita do padrinho ( irmão do papai que é chefe executivo de um restaurante em Macau, na China). Então com a casa cheia e um monte de gente dando atenção, ele virou um chato! Chorando e gritando e dizendo não para TUDO! 

Levou muita bronca e desrespeitou muitos pedidos do papai e da mamãe para ele se comportar. Eis que a gripe passou e ele melhorou um pouco, parece mais alegre, mas começou a dizer não para tudo que pedimos para ele. 

Nathan coma tua comida: NÃO! 
Por favor, pegue seus brinquedos do chão: não.
Vamos colocar a blusa para ir para a escola: não vou para a escola! 
Vamos subir para tomar banho: não vou tomar banho.
Hora de dormir: não vou dormir! 

Sério! Aqui em casa guardar os brinquedos, subir as escadas, tomar banho e finalmente ir para a cama dormir é uma longa e cansativa tarefa e muitas vezes demora mais de hora! 

Durante essas duas semanas nós temos conversado mais com ele e ele está cada vez mais comunicativo. Então peço para ele que abra a boca e fale o que ele precisa, mas tem horas que ele não fala, só fica ali choramingando, não chora, choraminga e muitas vezes grita. 

Parece que esse é o caminho a seguir, mas o fato de estarmos conversando mais com ele ao invés de chamar a atenção, brigar ou colocar de "castigo" para pensar ele tem ficado cada vez mais safado e agora bate no Sebastian, o empurra, bate na cabeça do irmão... Me entristece muito ver isso e ter que voltar um passo e colocá-lo para pensar sentado no pé da escada até que peça desculpas. Agora, já não preciso fazer isso, eu peço que ele peça desculpas ao irmão e ele pede, mas em seguida volta a fazer o mesmo! 

Que frustração sem tamanho! 

Mas é isso não é. Filho não vem com manual, vem com desafios, vem com lições. E o que é diferente para ele também é o fato de ter o papai e a mamãe aqui 24 horas por dia atendendo a qualquer chorinho ou barulhinho que ele faça. O problema do Nathan somos nós e nosso excesso de atenção. E o fato de Matt e eu termos maneiras  diferentes de encarar os desafios de criar filhos. 

Não é fácil não, ainda mais com tudo que está acontecendo nas nossas vidas, fora isso, mas quando o Nathanzinho está bem ele é um amor! Adora um beijinho e um abracinho, cócegas, ler um livro agarrado na mamãe ou no papai, conversar, desenhar, aprender e sorrir, gargalhar e muito! 

Apesar do gênio que ele está tendo no momento ele é uma criança iluminada e garanto que nenhum número terrível vai mudar isso. Isso é fase e vai passar, como tudo na vida passa. Até uva passa haha

Update: esse post eu comecei a escrever há alguns meses, mas decidi esperar e ver se ele iria mudar de alguma maneira nas semanas seguintes e o resultado foi mega positivo. Ele está entendendo cada vez mais que não adianta chorar e gritar porque assim eu não entendo o que ele quer e que quando ele fala o que quer e pede por favor a mamãe ou o papai estão sempre prontos a ajudá-lo. Hoje ele está com 3 anos e 2 meses. Não bate mais no irmão e estão finalmente brincando juntos. Vale ressaltar que ele mudou de escolinha é que nessa as professoras são muito mais calmas e isso tem ajudado também. Na outra escolinha era muita bagunça, as tias gritando as crianças pra cá e pra lá, parece super legal e agitado no começo, mas não acho que isso tenha ajudado em seu comportamento. Durante o tempo que ele estava nessa escolinha ele começou a bater o pé e usar expressões que não usamos em casa. Agora ele está bem melhor! 

Então mamães que estão passando por isso acho que já posso dizer que essa fase passa, mesmo parecendo que não! E eu sei que nesses meses intermináveis realmente parece que não vai passar nunca, mas hang in there que passa! 


Boa sorte para todas nós!  



terça-feira, 8 de setembro de 2015

Gratidão

Eu já pensei em mil maneiras de como começar este post. Pensei em falar sobre fé de novo, sobre o quanto nós nos amamos e aos nossos filhos etc, etc, etc. Mas a palavra hoje é GRATIDÃO.

Gratidão porque hoje faz um ano que o grande e único amor da minha vida foi diagnosticado com o silencioso câncer de Pâncreas.

É inimaginável e indescritível a dor que sinto por não ser capaz de curá-lo, mas entrego sua vida nas Mãos Sagradas de Jesus Cristo e sei que Ele fará o que homem nenhum pode fazer. 

Nesse um ano muitas coisas aconteceram. Depois daquele período difícil, quase sem esperanças, sem saber se ele estaria aqui para comemorar Natal, nosso aniversário de casamento, o aniversário de 1 aninho do nosso baby e o de 3 aninhos do nosso primeiro Príncipe.

Nesse um ano redescobrimos nosso amor, o respeito, a complicidade e o bom humor necessários para um casamento feliz e duradouro ( sem contar que dobramos a paciência ). 

Nesse um ano, tivemos momentos ruins sim, mas muitos momentos bons e felizes. 

Recebemos minha família tão amada e que sinto tanta saudade, minha irmã-amiga veio de Vancouver e meus pais de São Paulo e conseguimos realizar uma das coisas que Matt e eu mais sonhávamos em 
 fazer: o batizado dos nossos pequenos. 

Tivemos um Natal lindo em família com toda a mágica e alegria que esta data sempre traz. E também sofremos a dor da despedida.... 

Nesse ano vimos nosso filho mais velho falar confidentemente dois idiomas aos 2,5 anos de idade. O vimos crescer e se tornar um menino lindo, sorridente, desafiador, inteligente e capaz! O vimos ir para a escolinha pela primeira vez, se desenvolver e se destacar entre os demais como um dos mais queridos e amigáveis. Que orgulho! 

Vimos nosso bebezinho se tornar um bebezao, engatinhar e caminhar, se alimentar sem ajuda e mostrar que ele veio para ser independente e como sempre muito carinhoso e tranquilo ultrapassando cada desafio, cada fase de maneira esplêndida.

Vimos o Nathan deixar as fraldas no passado e usar o toalete direitinho como só um meninão sabe usar e fazer tudo sozinho! 

Também o vimos aprender a nadar.

Compramos uma casa, nos mudamos, nos adaptamos, fizemos novos amigos e conservamos ainda mais os que já tínhamos. 

Mas o mais importante de tudo isso é que aprendemos a celebrar e agradecer por cada desafio ultrapassado e eliminado do nosso caminho, pois desafio é aprendizagem e aprendizagem é evolução. 

Aprendemos a renovar a nossa fé, dia após dia, e nunca, nunca, nunca duvidar do poder de Deus. 

Todos temos uma missão nessa vida e sei que a do Matt era a de se tornar um Cristão verdadeiro e isso ele fez e faz melhor do que eu. 

Nesse 5 de Setembro temos, mesmo, somente a agradecer, não por ter o câncer em nossas vidas, em nossa família, mas agradecer a vida e a oportunidade de poder vivê-la mais intensamente e da melhor maneira possível.

Obrigada querido Deus, por permitir que nosso amado Matthew vivesse tão bem esse último ano, apesar do câncer. 

Sim, apesar do câncer porque escolhemos viver nossas vidas apesar do câncer e não com o câncer. Deus dá a vida a cada um para cada um fazer as suas próprias e melhores escolhas, faça a sua com inteligência. 

domingo, 2 de agosto de 2015

E o dia Dele chegou S2

Ele tentava, desesperadamente me dizer que queria sair dali, que estava pronto para conhecer este mundo, que queria um colinho, um cheirinho na cabeca, muitos beijinhos e leite, muito leite quentinho direto do peito da mamãe.... hummmm

Mas como ele iria sair se a mamãe ainda  não tinha passagem?Não tinha dilatação suficiente  ainda?

Então, foi neste me levaram para a sala da cirurgia...

A esta altura eu ja estava tão exausta e desesperada para ter meu filho em meus braços que não consegui lutar contra nada. Eu so sabia que não podia desistir. E em um ultimo momento de clareza eu gritei e adormeci... E não vi meu bebê nascer....... (Uma das grandes tristezas da minha vida)

Papai também não pode vê-lo nascer, pois, não sabia o que poderia acontecer dentro da sala de cirurgia e se acontecesse algum ruim, poderia ser muito traumático para Matt.
Eu estava voando... sim voando... ou pelo menos esta foi a sensação que me lembro de ter sentido...

Voando rapidamente em um longo corredor em direção a uma porta. Eu me lembro de passar pela porta e não fechar, levantar os olhos e olhar diretamente para o espelho que estava bem atras da porta e nesse espelho havia a imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil.

Eu não parei, eu continuei seguindo a procura de meu filho. Eu sabia que estava no caminho certo, pois ELA estava me guiando.

E então eu abri os olhos...

E lá estava ele, no colo do papai, todo desajeitado! Feinho,mas tao lindo, gordo mas tão pequenino, tão frágil...



Eu o segurei em meus braços por apenas alguns instantes e cai no sono. O cansaço de 5 dias em trabalho de parto era mais forte do que eu e eunão  conseguia ficar acordada.




Com o passar das horas e o descanso eu fui me recuperando e pude segurá-lo com mais confianca, receber a visita do vovô, da vovó e da madrinha, e amá-lo, muito!!!








Hoje, exatamente 3 anos depois, eu ainda o seguro em meus braços como se ele fosse aquele bebezinho! Mas o amo, imensamente mais do que o amei naquele primeiro segundo em que o tive em meus braços. 

Nathan, meu amorzinho, meu Nathanzinho, neste dia filho, desejo, de todo meu coração, que o menino Jesus possa celebrar junto com você a mais um ano de vida. Que a Virgem Maria o cubra com Seu manto sagrado. E que você continue se transformando em uma pessoa melhor a cada dia. 

Eu tenho tanto orgulho de ser tua mãe e saber que você escolheu a nossa família me faz sentir privilegiada. Privilegiada de ter recebido a missão de cuidar de um ser humano tão iluminado. Obrigada filhinho, por cada desafio, por entender a situação que nossa família está passando e por ser sempre está criança tão maravilhosa todos os dias. 

Mamãe e papai te amam incondicionalmente filho. 

Feliz Aniversário de 3 aninhos. 







S2



segunda-feira, 13 de julho de 2015

Feliz Aniversário meu bebê




Eu te darei o céu meu bem e o meu amor Tb...

Se eu puder eu te darei sim! Todo o meu amor, amizade, cuidados, beijinhos, apertões! 

Mesmo que vc aperte o meu nariz e enfie o dedo na minha boca ou olho, pise no meu pé, puxe meu cabelo ou faça xixi em mim...





Ainda assim eu te darei todo o meu amor.

Eu sempre soube que você seria um menino, mas não poderia um dia imaginar que você seria tão doce, tão puro, tão sorridente, tão fofuxo...

Não imaginei que aquele bebê planejado e esperando com tanto anseio pudesse me trazer tanta felicidade é fazer nascer novamente esse amor incondicional que só quem é mãe entende. 



Você é teu irmão nos trouxeram luz no momento em que papai e mamãe só viam trevas e acalmaram nossos corações quando só havia desespero.

Você me faz lembrar todos os dias que existe muito mais doçura em ser mãe do que preocupações e me faz querer te mostrar o quanto aprecio ter a tua presença em nossas vidas cada vez que mordo suas dobrinhas , meu roliço mais apetitoso. 



Você me trouxe um novo desafio e te agradeço hoje, meu filho, por ter escolhido nossa família e principalmente o meu ventre para viver nesse mundo tão injusto mas que com você se torna tão melhor! 

Você, meu gordinho mais lindo com esse olhar sincero e carinhoso, que já anda, já fala, já da beijinho, já nos mostra que tem personalidade e já nos mostra que nos ama! 




Você que há um ano trouxe o brilho para iluminar e completar nossa familia.

Obrigada meu filho amado. 

Feliz Aniversario de 1 aninho


sábado, 20 de junho de 2015

Terug naar Nederland


É impressionante como as pequenas coisas da vida se tornam coisas tão grandes e de tanto valor de repente.

Nós sempre gostamos  (muito) de viajar, sair, tomar uma cervejinha/vinho, estar rodeados de gente boa e alegre e dar muita, muita risada! 

Depois que nos tornamos pais, porém, nós deixamos isso tudo meio de lado e até uma visita ao bar da esquina pra uma gelada virou coisa do passado. 

A gente vinha programando uma viagenzinha a Holanda já havia muito tempo, e com Seb chegando deixamos para mais para frente... E o dia não chegava nunca. Então, Matt foi diagnosticado e uma viagem ficou ainda mais improvável... Mas nada que a visita de grandes amigos não ajude com um empurrãozinho né?


Voces devem imaginar o tamanho do amor que temos por este país ne? Ir para a Holanda é como ir para casa, a gente sente como se tivessemos morado lá nossa vida inteira, coisa que ainda não sinto na Inglaterra, mesmo morando aqui mais tempo do que morei la. 

Depois que minha irmã voltou para o Brasil e eu fiquei na Holanda, há 5 anos, fiquei bem perdida. Quem mora fora sabe como é difícil achar alguém com que a gente se identifique bastante mesmo para se tornar uma amiga...mas Deus foi bom comigo e me deu 3 grandes queridas que mesmo longe, mesmo casando, mesmo tendo filhos, mesmo fazendo faculdade, mesmo trabalhando e estando em continentes e fuso-horários diferentes nunca deixamos de nos falar.

Então quando apareceu a oportunidade de um reencontro desse quarteto fantástico nós decidimos ir com tudo! Alugamos apartamento por uma semana, na frente da praia, perto do porto onde os meninos poderiam ver os barquinhos passando pra lá e pra cá, fácil de chegar ao centro e na cidade que tantos amamos: Den Haag (Haia em português). 

Pegamos o Ferry ( mini navio para pequenas travessias de passageiros) na quinta feira cedinho e chegamos lá no final da tarde. Os meninos adoraram! 





Aliás, se vocês souberem de alguém que vai para a Holanda e está pensando em passar uns dias em Den Haag, eu super, hiper, mega recomendo entrar em contato com o Biz Stay. Os apartamentos são lindos, arejados, iluminados e bem espaçosos. Tem perto da praia ou no centro e também tem em Amsterdam.

Enfim, apesar dos pesares, de ter os dois doentinhos quase que presos em casa o tempo todo com febre, Nathan queria passear quando se sentia melhorzinho, bless him! E conseguimos curtir um pouco. Claro que não fizemos nem 50% do que planejamos, mas que valeu a pena ah isso valeu!
Nós fomos a praia, ao centro, vimos muitos barquinhos, comemos muito kibbeling, muito stroopwafel, Speculoos, Oerbroodje, bitterbolen, hamkaas chips, queijo Gouda e claro the Harring!
E claro que nossa viagem não foi apenas ligada à comida. Aproveitamos para ir a lugares que costumávamos ir anos atrás e também conhecer lugares que não  conhecíamos, como o Aquário de Den Haag, o Sea Life em Scheveningen. Confesso que achei que fosse melhor, maior e com muito mais tipos de peixinhos e peixões, mas valeu o passeio e foi muito legal com os meninos, que, claro, se apaixonaram.

Só que um dia a gente tem que voltar para a realidade e para o tratamento, mas não sem uma boa noticia: Marcas de tumor no sangue do marido estão na zona normal!!! 
As marcas de tumor estão normais entre 0-34 e do Matt neste último tratamento estava  19,9! 





Mas é claro que não poderia ser tudo perfeito né e os meninos ficaram doentes, sim os dois! E o tempo não foi dos melhores... mas como iria melhorar no final da semana resolvemos até ficar uns dias a mais e comonão  estavámos em hotel mas em apartamento para temporada, isso não foi problema.

Segue o link aqui.











Além de comer as comidinhas típicas holandesas, também aproveitamos para comer comida indonésia que tem em abundancia na Holanda e nós sempre amamos! Eu comi um Bhami Goreng, que é um "miojo" cheio de sabor e espetinho de frango com molho saute (de amendoim).


 




Mas de tudo que fizemos na nossa Holanda querida, o melhor foi rever minhas queridas. A felicidade de reencontrar amigas tão queridas e que tenho tanto carinho, conhecer suas famílias, agarrar e apertar suas filhas (só eu faço guris aqui!), colocar o papo em dia e dar muita, muita risada, essa última parte tenho certeza que não mudou em nada, não tem preço! 









E como eu disse antes, Holanda é tipo casa a gente não tirou muitas fotos, porque não se sente turista né, tudo é muito normal. Mesmo assim vou deixar umas fotinhos no final com alguns momentos legais que tivemos. 

Incluindo um passeio à praia aos 32 graus, o pôr do sol lindo que víamos todas as noites no apartamento, Nathan fazendo compras, Sebastian todo sujo depois do almoço, Nathan imitando japonês no respaurando depois de comer todo o salmão, os bares de Scheveningen e mamães levando os filhos enjoa amiguinhos para alguma festinha num dia ensolarado. 


Por quê?  
Porque Deus é maravilhoso!!!!!!











quarta-feira, 13 de maio de 2015







Se você crê em Deus você amar este testemunho.

Não é a história da cura (ainda) mas do caminho que Matt percorreu, até aqui, para chegar até a cura. Ele não está curado, câncer requer um tratamento longo e doloroso, cansativo e triste. Triste de se ver e sentir, para ele e para quem o ama e o quer bem, simplesmente porque ele é um homem maravilhoso (sem querer fazer propaganda, mas já fazendo) e merece se curar, merece ver esses meninos crescendo, se formando, se tornando homens de fé e caráter, assim como o papai. 

Eu sempre fui católica apostólica romana. Sempre acreditei e temi a Deus e suas vontades. Sempre pequei. Sempre falei demais e nunca me policiei. Custava a pedir desculpas, sempre achava que do meu jeito estava certo. E sempre estava errado. 

Quando estava grávida do Sebastian, nós encontramos uma igreja católica próxima de casa e eu senti uma vontade inexplicável de ir à missa. E amei! Me senti em casa, mesmo rezando em inglês. Matt ia comigo, só por ir, para fazer companhia porque era legal ir a igreja, mas sem ter um porque, uma razão para fazê-lo. 

Na hora da sagrada comunhão ele ia segurando a mão do Nathan só para que os dois recebessem uma bênção e já ia se sentar. Eu recebo a comunhão desde os 14 anos. 

Como um milagre, na primeira missa que fomos depois do diagnóstico, eu chorava muito e pedia muita sabedoria e força para nós todos, pois sabia que viriam tempos difíceis. Então no mesmo dia, no final daquela missa, o padre anunciou o curso de catecismo para adultos, que começaria em pouco tempo e tinha as inscrições abertas para tal. 

Eu estava conversando com a Virgem Maria em meus pensamentos e não ouvi nada disso, então quando voltamos para o carro  Matt falou:
- é destino! É isso que Maria quer de mim, quer que eu seja um servo de Deus, quer me mostrar que eu preciso tomar um rumo na minha vida religiosa e preciso receber o corpo e sangue de Cristo para me curar. Eu vou fazer catecismo para poder comungar. 

Alguém ai imagina quantas lágrimas rolavam pelo meu rosto naquele momento? 

E mesmo com todos os contra-tempos, todos os tratamentos, todo o frio e chuva ele foi, e ainda vai para o curso. Sempre me conta como foi e o que discutiram na aula. Sempre vai de coração e alma abertos e sempre volta iluminado e feliz.

Ele teve a Primeira Comunhão na missa do Sábado de Aleluia, na Páscoa. Foi muito lindo, tranquilo, emocionante.




No meio de tudo isso, um pouco antes do Natal de 2014, meus país e irmã vieram passar uns dias com a gente é aproveitamos para batizar os meninos (Isso fica para outro post pois tem muitas fotos lindas para compartilhar). Meus pais nos apresentaram a Novena da Cura "Novena das Mãos Ensanguentadas de Jesus" e nós temos certeza que tudo junto, mas principalmente a novena tem um bom crédito nos resultados do Matt. 



E eis que depois de duas semanas que fez Primeira Comunhão, ele teve uma tomografia depois do ciclo de quimioterapia número 12 e adivinhem só? O CÂNCER ENCOLHEU!!! Não encolheu um monte, mas encolheu! 

Ta bom, ainda não é a cura, mas ooncologist  mesmo disse que não é normal acontecer. Primeiro doença estável e depois a diminuição, e completou dizendo que alguma coisa aconteceu no meio do caminho que mudou o destino do Matt e que isso quer dizer que ele vai viver mais...

Eu não sei se ele vai um dia se curar, osmédicos  acham que não é curável, somente tratável. Mas eu prefiro acreditar que ele vai conseguir essa GRAÇA e que minha mãe, a Virgem Maria, já colocou o nome dele aos pés de Seu Filho e que Ele vai ter misericórdia desse cara tão legal que só quer fazer o bem e nada mais que o bem....

Duas frases do Matt ao sair do consultório depois de saber do resultado da tomografia:
- Graças a Deus! (Em português) 
-I'm nailing that f......r (prefiro não traduzir) 




segunda-feira, 27 de abril de 2015

Nathan

O plano todo era encomendar um bebezinho depois do casamento, programado para 2012. Nós ainda estávamos nos trâmites do visto de noiva, enrolados com trabalho novo, apartamento novo, empolgados com comemorações de aniversário de namoro e meu aniversário de 28 anos e numa das minhas viagens para visitar o marido e ajudar a arrumar toda essa bagunça que falei ai em cima nos descuidamos e foi assim que o Nathanzinho foi concebido... no meio da bagunça!


Não que ele não tenha sido planejado, ele foi, só que ele decidiu vir poucos meses antes... ele nos escolheu e escolheu a hora que queria vir para este mundo, foi a maior alegria descobrir que ele estava a caminho...

Engraçado que quando voltei pro Brasil, fui logo marcando ginecologista, porque queria fazer exames pre-nupciais, ja que a ideia era engravidar logo depois do casamento, ate porque, já morávamos juntos, já tinhamos feito o test drive de relacionamento, já sabiamos o quanto nos amávamos e o quanto dávamos certo morando juntos e compartilhando das coisas do dia a dia, para falar a verdade, para nós, já éramos casados! 

Então uns dias antes da minha consulta eu comecei a ter muita cólica e achei que minha "monstra" estava a caminho... mas ela não aparecia... Eu nao sabia se estava atrasada pois havia parados pílula    (justamente por causa dos exames pre nupciais) há um mês e ainda não havia menstruado e foi, provavelmente, por isso que nos descuidamos em Londres (graças à Deus!!) 

Um dia antes da consulta eu decidi comprar um teste de gravidez de farmácia só para desencargo de consciência sabe?! E foi na lata, nao precisei nem esperar! O meu positivo veio gritando!!!Repeti na manhã  seguinte e foi a mesma coisa: Grávida!  Oh My God!!!

Eu em São Paulo e Matt em Londres.... ah eu quero dar um beijo no cara que inventou o skype!

Era final de ano e o noivo foi para o Brasil passar Natal e Reveillon no calor, oooohhh delícia ter ele pertinho de mim depois de quase dois meses e com os hormônios gritando!

Eu quase não tive enjoos... o que foi maravilhoso! Nem parecia que estava grávida, mas estava... e com 10 semanas fiz o primeiro ultrasom... até então eu sabia que estava grávida, mas ver, ouvir ocoraçãozinho  batendo dentro da gente, tipo, caiu a ficha! 


Uma semana depois nos mudamos para Londres, onde tudo estava indo tranquilamente, eu frequentava a academia do prédio todos os dias, até 20 semanas de gestação, quando fiz o segundo ultrasom e descobri que estava com placenta prévia, ou placenta baixa, onde ela desce e fica na saída do útero, entre o bebê e a saida, o que pode ser muito perigoso, pois há chance de aborto ou parto prematuro, descolamento da placenta, se tiver sangramento pode significar que o bebe não está recebendo os nutrientes que precisa e se a placenta não subir, uma cesárea será feita pois o bebê precisa sair antes da placenta para que não lhe falte nada, principalmente o oxigênio. Enfim, me jogaram um monte de informações em 10 minutos de consulta e eu fui pra casa totalmente tonta! 

Sentei no sofa, morrendo de medo do mundo e ali eu fiquei, engordando, até o final da gravidez, praticamente!




Eu não me preparei para outra coisa, o bombardeio de informações foi tão intenso que eu tinha certeza que minha placenta não ia subir e eu ia ter meu bebê via cesarea, que não era meu plano de parto. A minha ideia era ter um parto vaginal na água, e caso não aguentasse a dor, na cama com anestesia.

Quando chegamos a 36 semanas um outro ultrasom foi realizado e mostrou que a bendita placenta havia subido... danadinha me enganou. E o pânico começou!

Como assim agora poucas semanas antes do bebê  chegar eu descubro que posso ter parto normal? Sem me preparar, física ou psicologicamente? Eu fiquei doidinha! Queria  parto na água, mas não tinha liberado ainda no hospital. Ta bom, se eu precisar entao vou pedir a anestesia ta? Ta bom, sem problemas, dizia a midwife em uma das milhões de ligações que fiz, naquelas últimas semanas, totalmente em pânico!!!!!

Como se nao bastasse, nós estávamos nos trâmites de comprar uma casa, e uma semana antes da minha data provável de parto, o dono da casa desistiu do negócio! Nós  moravamos, naquela época, em um apartamento pequeno, de apenas um dormitório, uma sala e cozinha e meus pais iriam chegar no final da semana, vindos do Brasil e minha irmã vinha da Bélgica. Imaginem a LOUCURAAAAA que foi?! Eu estava a ponto de ter um surto! 


Então no dia 27/07 meus pais embarcaram no Brasil, rumo a sua primeira viagem internacional e sem dúvida a mais importante da vida deles até aquele momento: o nascimento do primeiro neto!

Minha irmã já estava em casa com a gente, me assegurando de que tudo iria dar certo! Então às 4 horas da manhã eu senti que estava me molhando toda, e corri para o banheiro, que era do lado do quarto, senti um pop e quando acendi a luz tinha sangue para todo lado... 

Acordei o Matt dizendo que estava em trabalho de parto e ELE começou a passar mal vendo todo aquele sangue ( kkkkkkkkkk foi hilário: a grávida  estourando e cuidando do marido prestes a desmaiar!) 

Fomos para o hospital, mas não sentia nada, nem contração, nem dor... nada... e depois de algumas horas e muitos exames de sangue descobri que estava com as plaquetas de coagulação do sangue baixa, o que me impediria de tomar anestesia durante o trabalho de parto.

Ta, espera, pausa, posso ir buscar meus pais no aeroporto e esquecer disso por enquanto? Okay, vai lá...
E lá fomos nós! Que delícia ter meus dois fofuxos ali comigo num momento tão especial!

Dois dias depois as dores começaram.. Era segunda feira, 30/07, logo pela manhã... Matt estava no trabalho e o certifiquei de que estava tudo bem.

E assim se passaram 4 dias... as contrações eram fortes, porém espaçadas, então não podia ser admitida no hospital, vinham a cada 15 minutos, 20 minutos, 10 minutos... por 4 dias...intermináveis...

Então na quinta feira, dia 2/8 as 18 horas fui para o hospital, eu achava que alguma coisa estava errada, e quando a enfermeira me examinou, pop a bolsa estourou, e ai sim as contracoes de verdade comecaram...



E foi assim que eu conheci o gas & air! Muito louco! haha

Durante 18 horas tive contracoes a cada 2 min ou menos, perdi a consciencia, retornei, vomitei, gritei, e tive crises de panico, pois nada, absolutamente nada, que estava no meu plano de parto, estava acontecendo. 

Eu ja estava cansadíssima e fraca, pois não  comia ou dormia há 5 dias e sentia minhas poucas forças escapando pelas minhas mãos... Mas eu não podia desistir! 

E foi então que o Nathanzinho começou a desistir... Seus batimentos cardíacos começaram   a diminuir  e eu estava fora dali, dopada de gas & air, porque é isso que o gás faz com você, não tira a sua dor, ele tira você dela, não conseguia atender o que a doula dizia... Ele estava me pedindo ajuda e eu estava longe dali para ajudá-lo... 

Retornei com ela me pedindo para deitar de lado pois o bebê não estava feliz, e foi só então eu ouvi seu coraçãozinho batendo devagar...

tum....

tum....

tum....


To be continued